sábado, 7 de janeiro de 2012

Prisioneira do Arbítrio


Faz-se livre o meu arbítrio
Prisioneira é a consequência
De ouvir as minhas vozes
De calar as minhas queixas

Faço minha escolha e deixo
Terminar pra florescer
Porque assim é nesse mundo
Flutuar ou ir pro fundo

Ficar entre o sim e o não...
Quero rima, quero prosa 
Escrever mais um capítulo
Quero a troca de estação

Então levanto minha cuia
E a quem mais prezo eu brindo
Tanto faz chorando ou rindo
Doçura ou amargura
A razão é o meu caminho
E o coração minha cura 

Carla Amarelle

sexta-feira, 24 de junho de 2011

DECEPÇÃO

A decepção é atrevida
bate na porta de repente
sem ligar antes de vir
vem sempre acompanhada
da raiva e do desencanto
desarruma a alma toda,
bagunça tudo sem piedade,
joga o querer bem pro espaço
expõe a dor e espanta a vaidade
abre dentro do peito uma estrada
um caminho pro nada e pra ir embora
traz a tristeza e o vazio
a raiva pulsa e o coração pinica
pra triturar e digerir essa mágoa
Sacudir as penas dos sentimentos
e soltar esse gosto amargo
sabor ácido de se sentir enganada
por ter dado mais que tudo
a quem merecia pouco além do nada

20.6.11


sábado, 16 de janeiro de 2010

RAÍZES



Hoje tá doendo

Pontas de raízes ainda fincam

Pra mostrar que a dor

Precisa bater seu cartão em mim

Pra me deixar passar a limpo

Me regenerar por dentro

Remexer a terra

Deixar a alma receber outro plantio

Na verdade, pensei em sair da minha pele

Olhar pra mim e dizer uma frase feita
E fingir que nem é comigo...

Não... Isso não faz o meu tipo!

Então, seja o que for, o que der e vier

Estou aberta às sementes...

Da vida, do acaso, dos desencontros

Do dar certo e do dar errado
E, claro, do meu amor

Amanhã vou sair

Vou comprar um cinto e pintar o cabelo

Hoje vou tomar um copo de vinho

E quando dormir vou cortar essas pontas...

Essas pontas de raízes...

E adubar a minha terra

Amanhã vai chover

E, no fundo eu sei: tudo renasce...


16.01.10

terça-feira, 8 de setembro de 2009

DUDA

Ela é muito engraçada
Não ta nem aí
Não quer saber de nada
Às vezes fala comigo
Quando quer... do seu jeitinho
Só enxerga seu próprio umbigo
Mas me olha com carinho
Também me deixa furiosa
Ela é o cúmulo da independência
Além de preguiçosa
Me obriga às suas massagens
Tenha a santa paciência!
Tem coisas que não dá pra deixar pra lá!
Pois não há quem me segure
Quando ela destrói nosso sofá!
Desse jeito vamos indo...
Acho que o caso não tem cura
Essa é a nossa vida
Com essa coisa peluda
A malfadada, mas muito amada
Nossa gata: a Duda.

domingo, 6 de setembro de 2009

MIRAR SIN LENTES

Me gusta cuando ries con miel en la mirada

Se me prende el corazon cuando te acercas

Pero me hiere tu callar cuando me siento aprisionada

De mis miedos, de mis dudas, de mis cosas malas

Me despiertas las ganas de cantar muy alto

De no dejar muchas palabras por decir

Pero me hiere pensar que dá igual si te falto

Si te dejo solo, si te dejo dormir, si te dejo vivir

Se me nublan los ojos si pienso en alejarme

Se me revuelve el estómago, la vida, la mente

Porque no quiero pensar asi, me da miedo amarte

Quiero quedarme quieta y llorar bajito siempre

Pero si al fin paro de pensar esas estupidezes

Y Dejo de querer correr donde no hay espacio

Si se me turba lo que veo afuera y me miro sin lentes

Veo que te quiero siempre y empiezo a vivir despacio


(Carla Amarelle)

sábado, 5 de setembro de 2009

MEU SOL PARTICULAR


Tudo gira e circula

O mundo todo gira

E giramos juntos

Cada um no seu próprio mundo

Rodamos e dançamos

Sem parar um segundo

Há quem insiste em sair de sua órbita

E girar em outro lugar

Ao redor de quem está por perto

Mas que tem seu próprio girar

Essa dança nos faz chocar talvez

Eu gostaria de girar junto

Saber girar só, ao menos uma vez

Giro porque o mundo gira

Giro porque preciso acelerar

Dar parte de mim à vida

Cada pensamento mofado ao luar

Giro conforme o som que me pira

Pois cada qual tem seu dançar

Dou o passo só no que me inspira...

Giro na minha própria sinfonia...

Mas com teu calor, meu sol particular


(Carla Amarelle)

EU ME RENDO

O que digo não é verso, é fato
Se o coração quebra, eu colo
Se a saudade me bate, eu mato
Se abandonas minha mente, eu choro
Se a enches, eu vazo
Pra dar espaço pro vazio, imploro
E se afogas mágoas, eu nado
Então fica pra sempre
Afina o violão e senta ao meu lado
Arromba minha mente
Me leva, me invade, eu me rendo...
Meu coração tá cansado.
(Carla Amarelle)

segunda-feira, 29 de junho de 2009

DESDÉM


Sentir o que se sente tendo o eco pela frente
É chorar no vazio
pra quem não ouve,
Não vê, nem sente
É encher de amor os braços
E a vida vir pra puxar o tapete
Dar de si até o que não se tem

Criando no ato de amar o próprio bem
Podar a árvore no pomar

Voltar na primavera pra ver

E... Nem a flor, nem ninguém...

Assim se vive...

Mal ou bem...

Com ou sem...

Sozinho ou com alguém...

Carcereiro ou refém...

Apesar do seu desdém...

Que me dói, que não faz bem...

Que me tortura não porque maltrata

Mas pelo silêncio que contém.


Carla Amarelle

sábado, 13 de junho de 2009

ELA

Uma lágrima rola em seu rosto - ela sofre
De repente um aperto no peito - ela sente saudades
Uma luz brilha em seu olhar - ela sorri
Seu coração está cheio de angústia - então chora
O tempo passa - ela ficou no passado
Todos cantam - ela não consegue ser feliz
Tudo está claro - ela vive numa intensa escuridão
Tudo é confuso - ela tem pesadelos
Há passos na escada - ela sente medo
O silêncio é profundo - ela está só
Sua mente está confusa - ela entra em pânico
Seu coração sangra - porque ela ama e não é amada

Carla Amarelle (na adolescência - 27.12.84)

quinta-feira, 11 de junho de 2009

O AMOR

É um misto de vazio e plenitude
É o encontro do eu com o espelho
A dor que vem do tanto querer
De ver-se meio e querer ser inteiro

É sonhar dar-se como presente todo o dia
É tornar-se belo quando visto pelo olho alheio
Enxerga-lo e já bater o frio na barriga
Sofrer se passou um minuto e ele ainda não veio

É querer comprar tudo o belo que vejo
É pretender enfeitar sua vida o tempo todo
Ver uma estrela e incluí-lo sempre no desejo
Achar tudo bonitinho... até o seu bocejo

É perder a tarde e a razão escrevendo pra você
É querer só alegrar seu coração até o fim
Dedicar-lhe este poema de amor, embora pareça clichê
E terminar sempre com a ilusão de que não ficou tão ruim

Carla Amarelle